quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Simplesmente O Amor (lesb)

 

By; Ana Paula

Me chamo Ana Paula, tenho 24 anos, sou de São Paulo e vou contar minha historia com uma amiga que virou meu grande amor.

A Ruth tinha essa louca mania de me beijar as orelhas de forma estralada, que fazia um barulho insuportável nos tímpanos, e encarávamos isso como uma “brincadeira chatinha”. Estudávamos no mesmo cursinho, na mesma sala, éramos grandes amigas, de tudo conversávamos, sobre nossos namorados e suas respectivas idiotices, nossas famílias e suas respectivas chatices, e tudo o mais que amigas costumam conversar.

Os beijos, não sei em que momento, evoluíram. Agora dávamos um “beijo de língua” na orelha da outra, arrepiando até os pêlos que nem mesmo podíamos ver. Era estranho, engraçado e muito excitante. Sempre que fazíamos isso a outra fingia ter ficado brava, mas nunca, de fato, queríamos que essa brincadeira acabasse. E por falar em acabar, nossos namoros acabaram, meu namorado montou no cavalo e acenou com o chapéu, o dela fechou o peito e saiu batendo esporas, e ficamos nós na nossa amizade, com nossas brincadeiras inocentes.

Até que um dia, vieram as provocações. Será que a outra tinha coragem de errar o caminho da orelha e beijar a boca? Será? Por muito tempo ficamos de provocações onde o que menos queríamos era que o beijo fosse apenas na orelha, mas éramos covardes. Uma tentava, mas corria. A outra pedia, mas ria. Todavia, água mole em pedra dura, tanto bate até que fura! E um dia cheguei para beijar-lhe calorosamente as orelhas, Ruth segurou meu rosto e beijou me furtivamente porém com suavidade nos lábios. Ficamos atônitas , sem saber o que fazer ou dizer. Rimos, rimos muito, aliviadas. Tinha sido como imaginávamos, delicado e bom,e repetimos no banheiro do cursinho por muito tempo.

Os beijos ganharam calor, e o romance concretizava-se, quando fugíamos da aula para termos nosso tempinho. Nos trancávamos no banheiro maior [para cadeirantes, porque lá não havia nenhuma] e nos beijávamos, acariciávamos, tocávamos e chupávamos. Era o começo de uma paixão ardente.

Mesmo escondido, o relacionamento “vingou”. Em pouco mais de um mês ficando, Ruth pediu-me brincando em namoro pelo whats [hahaha] e eu aceitei emocionada. Sempre arrumávamos um jeito de ficarmos a sós em alguma casa e transávamos louca e apaixonadamente. Era um sentimento novo para mim, parecia que era a primeira vez que, de fato, AMAVA alguém, e era uma mulher, coisa que nunca imaginei. Então começamos a namorar e, entre brigas [leves], chateações [por ter que ser escondido] e impaciência para sermos uma da outra logo, o namoro foi seguindo seu curso, e nós vivemos cada dia melhor que o outro. Fomos muito felizes, cada dia nos apaixonávamos mais. E o sexo, inimaginavelmente PERFEITO.

E, não acabou. Estamos juntas, neste mês de Novembro fizemos 1 ano de namoro, comemorado com rosas, pétalas no chão, música, champagne, entre outras coisas. Estamos cursando medicina na mesma faculdade, na mesma sala, em outra cidade longe dos pais e das más línguas, moramos juntas, temos um verdadeiro ninho de amor.

Fazemos sexo 2 vezes ao dia, 5 dias por semana, e o fogo e a paixão aumentam a cada novo dia que amanhecemos juntas lado a lado na mesma cama, como tanto sonhamos. Temos planos de nos casar muito bem breve, e em 5 anos começarmos a ter nossos filhos [8, como queremos] e a vida que tanto planejamos e com certeza nos aguarda com muitas realizações juntas.

Sou perdidamente apaixonada pela Ruth, é a primeira mulher e única que eu estive na vida, e sinto que não teria sentido viver se tivesse deixado passar a oportunidade de viver isso com ela, por covardia ou medo de tentar algo novo, ou por me sujeitar a opinião alheia sobre o que é certo ou errado. Certo é buscarmos o que nos faz completamente felizes, e a felicidade bate apenas uma vez a nossa porta, e eu decidi abri-la. Nunca fui tão feliz e amada.

  • Enviado ao Te Contos por Ana Paula, amor da Ruth

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