By Fabi
Sabado a
noite... que loucura!
Foi mais
forte que eu, por mais que soubesse o que poderia estar se passando naquele
quarto, a curiosidade era mais forte que o meu respeito à privacidade alheia.
Que absurdo! Eu deveria tentar dormir. Me sentir grata pelo sofá oferecido
depois da mega-briga que tive em casa.
No entanto,
como uma bisbilhoteira de plantão, abusava da hospitalidade deles prestando
atenção aos sons de gemidos e sussurros que vazavam pela porta entreaberta,
naquele minúsculo apartamento.
Por um
tempo tentei fingir que nada ouvia, tampei as orelhas com as mãos em concha num
ato de desespero, mas logo senti uma necessidade ensandecida de me acariciar,
aqueles sons me envolviam. E o pior, a vontade de observá-los. Que calor era
aquele que me invadia o corpo, que curiosidade louca era aquela que me tirava o
sono?
Por um
instante pensei, a porta entreaberta tem um propósito, eles queriam ser
ouvidos, que eu os visse. Será que era um ato pensado? Forçavam a possibilidade de um menage-a-trois? Que loucura, eu pensava, que doideiras eu buscava para
justificar aquele meu súbito desejo voyeurista.
De quatro
me encaminhei, engatinhando, envergonhada com a minha atitude, mas excitada com
a situação. Até então, nunca tinha visto um outro casal trepar. Quer dizer, já,
nos filmes, mas não assim, anônima, clandestina, escondida como uma tarada no
escuro.
Guiada
pelas respirações arfadas, pelos sussurros ininteligíveis, pelo ranger da cama
em movimento. Encaminhava-me lentamente para não fazer barulho e pela porta
entreaberta pude vislumbrar os corpos nus entrelaçados, um balé de cobra mal
iluminado pela luz difusa do abajur.
De repente,
invadindo a intimidade deles com meu mudo olhar, pude perceber sob o disfarce
da penumbra, que a plasticidade daqueles corpos tão conhecidos e desconhecidos
me excitava. Nunca antes havia olhado para eles com alguma conotação erótica. É
curioso, mas nunca percebi o volume do pau dele sob a calça ou o contorno dos
seios dela na blusa, mamilos eriçados de desejo ou uma ereção repentina e
desavisada.
E agora,
enquanto ele metia forte nela eu podia ver o movimento rítmico dos seus seios,
as mãos dele envolvendo o corpo dela que com as pernas enlaçava-o à cintura.
Aquilo me deixou excitadíssima, me hipnotizava, eu simplesmente não conseguia
tirar os olhos.
Não sei bem
explicar se o meu tesão era por ele, por ela, por eles. Se desejava sê-los ou
partilhar aquele momento. Eu simplesmente olhava e me excitava. Observava
enquanto me tocava. Era um sexo simples, nada mirabolante ou repleto de
malabarismos com ares de Kama Sutra. Eles fodiam com uma naturalidade gostosa,
dos casais que se comem com prazer, onde o excesso de intimidade ainda não
matou o tesão. As posições alternavam, mas a trepada continuava excitante.
Minha xota
estava muito melada, molhava meus dedos nela e me tocava ágil e freneticamente.
Sentada no chão do corredor a observá-los. Teve um momento em que ele a tomou
de quatro. Eu podia vê-lo entrar e sair dela. Ora lentamente, ora com força
enquanto segurava suas ancas, feito bicho. Lembrei da infância, quando eu e as
outras crianças observavamos as cadelas no cio, rodeadas de pretendentes
prontos para cobrí-las. Era delicioso ver a bunda dele contraída enquanto
metia.
De relance
eu eventualmente podia ver a face contraída também, a expressão compenetrada.
Eu tonteava, mas continuava ali, inebriada de tesão, como enfeitiçada. Gozando
orgasmos múltiplos, segurando meus próprios gemidos, me contentando com os
gemidos dela. Trilha sonora dos seus também múltiplos orgasmos.
E quando
ele enfim meteu fundo, tão fundo que pude perceber a contração do seu corpo em
espasmo, vi que ele gozou. Gemeu gostoso, gozou com o pau dentro, fundo. Ela
foi arriando o corpo devagar, ele soltando o dele sobre ela. Ofegantes,
exaustos. Enquanto eu, encantada e em transe, sentia a calcinha empapada, como
se tivesse mijado de tanto tesão.
Os vi
afastarem-se, para enfim aconchegarem-se abraçados, ela com a perna entrelaçada
na dele recostada em seu braço. Pude ouví-la dizer baixinho:
- “Será que
fizemos barulho?”
Mas não
consegui ouvir a resposta, fui me afastando lentamente, tentando eu, não fazer
barulho agora.
E no sofá
da sala, me sentindo meio culpada pela indiscrição, mas excitada demais para
esquecer o fato, me masturbei. Uma, duas, tres vezes. Um tesão incessante.
Nunca pensei que observar alguém pudesse ser tão excitante. Acho que adormeci
me tocando e pensando. Devo ter sonhado, nem sei…
- Enviado ao Te Contos por Fabi
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