By; Thais
Meu carnaval foi de muita
musica eletrônica, de Sabado a noite ate a madrugada de segunda feira quando
cheguei em casa.
Entrei em casa derrubando
tudo, “cacete, era pra eu estar fazendo silêncio!” Consegui entrar no
quarto sem maiores estragos, tirando a roupa toda na maior aflição, “essa blusa
pinica, essa calça aperta, e foda-se, não vou tirar a maquiagem porque não é
todo dia que dá pra gente ser um bom adulto”.
Quando eu deito na cama, o
mundo inteiro gira. “Ok, ok, tudo bem, eu só preciso respirar devagarzinho”.
Meus ouvidos ainda estão zumbindo, reverberando o techno que eu ouvi a noite
inteira, lá fora a luz do dia chegando preguiçosa e tímida. Luxo é saber que
posso dormir até tarde amanhã. Não era exatamente a vida que eu imaginei que
teria a essa altura, mas também não está ruim, aceito o que vier, tá de bom
tamanho.
Reviro na cama, o álcool
deixando minha pele febril. Estou cheia de energia demais para conseguir
apagar, o corpo pulsando ainda, todo elétrico. Bom seria se eu tivesse trazido
alguém pra casa, mas eu ando 100% sem saco pra essas conversas idiotas, todas
as últimas vezes terminei querendo expulsar o fulano da cama, e além disso é
sempre uma decepção mesmo, melhor ficar com a minha mão, que não tem contra-indicações
nem torra minha paciência.
Falando nisso.
Um suspiro sai trêmulo, um
dedo alcançando a barra da minha calcinha fio dental. “Caralho, esse cheiro de
cigarro só sai do meu cabelo ano que vem. Tá, concentra”.
Separo bem as pernas,
deixando o indicador passear por cima da renda, o toque suficiente para me
fazer contrair de levinho – devo estar perto de ovular ou coisa assim, porque
esses dias até se o pano da calça roça de um jeito mais tchan na minha perna eu
já fico morrendo de tesão.
Em um minuto enfio a mão
por dentro da calcinha. Já estou um pouquinho molhada, e dá um choque quando
toco o meu clitóris bem de leve. Passo os dedos da minha entrada para o
restante da vulva, lambuzando tudo, antes de achar o ponto certinho com o dedo
médio.
Coordeno os movimentos
circulares com as voltas que a minha cabeça alcoolizada dá, devagar, fechando
os olhos sentindo o mundo girar novamente. A zonzeira dessa vez não me causa
enjoo, só deixa mais fácil de desconectar da realidade, e minha mente começa
uma peregrinação pelos arquivos guardados nas gavetas de “fantasias”.
Aquela vez que um cara
meteu a mão dentro da minha saia enquanto a gente se pegava contra a parede da
boate, aquele gif de squirting que eu vi outro dia no Tumblr, aquela menina que
eu vi outro dia no metrô, quando eu gozei me esfregando na minha
ex-namorada, quando o ex-crush disse que queria me ouvir gemendo pra ele,
quando eu fiquei sarrando no colo do meu ex dentro da piscina na frente de todo
mundo…
Opa, opa. Não, espera. Ex
errado. Até abro os olhos, chacoalhando a cabeça; sai demônio.
Tá, vamos retomar o
raciocínio.
Fecho os olhos, lembrando
da sensação exata da língua de um peguete que por milagre era bom de oral.
De-lí-cia quando ela deslizava devagarzinho dentre os meus lábios, quando ele
fazia um biquinho e começava a sugar o meu clitóris sem pressa, separando os
dedos dentro de mim, pressionando bem nos lugares certos, ele nunca parava, até
eu gozar. Daí geralmente me virava de quatro, me fazia arrebitar bem a bunda, e
antes de começar a me comer, me acertava um tapa que quase sempre me deixava
marca. Nossa, deu até vontade mandar um “oi sumido” agora.
Tinha também aquela menina
com quem eu nunca transei, e como me arrependo. A gente ficava se beijando por
horas, ela tinha boca em formato de coração, usava sutiãs com bojo daqueles que
desabotoam na frente, e eu adorava colocar as duas mãos por dentro da blusa
dela, desfazer o fecho, porque ela sempre gemia muito gostoso quando eu
beliscava os mamilos dela, sempre ficava muito molhada quando eu a tocava,
abrindo as pernas e deslizando na parede, puxando meus cabelos. Que frustração
nunca ter sentido o gosto da boceta dela, nem ter colado ela na minha, aposto
que devia ser macia que nem o resto do corpo inteiro…
Eu paro um pouquinho, fico
de bruços na cama, levanto os quadris. Agora eu tô muito molhada de verdade,
meus músculos pulsando em pequenos espasmos. Geralmente eu tento evitar, mas
com a percepção melada de álcool e tesão desse jeito, fica difícil. Como um
ímã, meus pensamentos são atraídos para você, aquela vez que você estava me
comendo de quatro no chão do seu quarto no meio de um ménage e eu secretamente
só conseguia pensar “caralho eu amo dar pra você, podemos fazer isso de novo,
podemos fazer isso pra sempre“, ou na primeira vez que você gozou na minha
boca, seus gemidos estrangulados e fora de controle, ou você algemado na minha
cama, teimando em se mexer, choramingando baixinho depois de eu ter te acertado
um tapa e mandado ficar quieto;
– Mas eu não consigo ficar
quieto!
Minha mão esquerda chega
para o reforço, brincando ali de levinho na minha entrada, as pontas dos dedos
penetrando só um pouquinho. Uma onda de adrenalina parte do meu ventre e desce
pelas minhas pernas. Eu tô perto. O suor pingando das suas costas quando você
se enterrava tão fundo dentro de mim que parecia que ia se perder lá, todas as
vezes que você me comeu exatamente assim, segurando meus quadris enquanto eu me
debatia de bruços na cama, sentindo cada centímetro do seu pau entrando e
saindo, me contraindo ao seu redor e perguntando sem coordenação se você estava
sentindo, se conseguia sentir, que eu estava gozando pra você, estava gozando
no seu pau…
Não deu pra segurar. O
orgasmo me atravessou de cima a baixo como um raio, eu me esfreguei na cama e
deixei escapar uma torrente de obscenidades chamando o seu nome, meu cérebro
completamente dominado.
Trêmula, abri os olhos, e
rompeu-se a bolha erótica. Minha boca estava realmente seca, eu tremi só de
pensar na ressaca do dia seguinte. Com os músculos relaxados, deitei na cama,
esperando que dessa vez eu conseguisse dormir a noite inteira.
Antes de apagar só pensava
que bom, ainda bem que pelo menos na fantasia a gente pode fazer tudo que
quiser.
- Enviado ao Te Contos por Thais
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